sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

37'


oxalá,
eu não ande sem cuidado

oxalá,
eu não passe um mau bocado


terça-feira, 27 de janeiro de 2009

1:11


sibila,
da tão vaga putrefacção não acodida
num sopro possante

o moribundo latejar
encaminha os cortejos carnais;
consome-se
quando se quer deixar penetrar

nos prazeres funebres cegos dos gritos;
finta-se
à abismal passagem - peso morto ronda-te a espinha;
como não vês? - onde tens os pés.

arranha as paredes por dentro;
és o pseudónimo de Dúbio Amante.

Sonhado pelo passado que esticou a hora
para marcar o chão até onde sofreu.



Meu ...

(vinca carne da boca,
vives um deleite singular)
.


é como o som para a morte.






sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

chamar as coisas pelo nome

a tongue locked inside a stomach'

just



.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

o Homem que abriu os olhos no escuro



hoje,
quando passei na rua que desmembra infinitos,
a luz que se costuma acender em segredo das nossas línguas,
apagou-se,
só para eu passar.


porque chego sempre quando já tudo se foi
com vida própria '
são dedos e não sabem que estão a derreter
de desorientados enfiarem-se goela abaixo
à procura de amputar a besta que desmembra infinitos segredos

besta '
bate surda por baixo da terra.


e se parece que vou a cair para a frente,
não saí do mesmo lugar.




in,
página de rosto vazia.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

lie oblivious,

so you don't have to see me.


in,
time to feed the monster.




sábado, 17 de janeiro de 2009

em respiração holotrópica


as ruas de lisboa estagnaram no cheiro a morte ;
mas o meu quarto*, ainda cheira a ti.

e há os teus cabelos que brotaram do lado de dentro do meu peito
que me impedem a cada ar de te esquecer.






*que somos outra pele na mesma fé.

domingo, 11 de janeiro de 2009

flesh machine





















O meu lado esquerdo

é mais forte do que o outro
é o lado da intuição
É o lado onde mora o coração

O meu lado esquerdo
Oriente do meu instinto
É o lado que me guia no escuro
É o lado com que eu choro e com que eu sinto

O meu lado esquerdo não sabe o que é a razão
É ele que me faz sonhar
É ele que tantas vezes diz não


O meu lado esquerdo é um altar paralelo
colheita do que já nasceu podre

No meu lado mutante mora um ser externo, com vida própria
O meu lado esquerdo
range em cada palavra que dá,
em cada vez que me tenta empurrar mais de mim enquanto eu fico a ver.
No meu lado esquerdo aconchega-se tudo o que é da minha mente.



O MEU LADO ESQUERDO SÓ ME F*D&!


quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

de mãos geladas


de sempre tropeçar nos próprios pés
- dos passos com uma perna atrás da outra -,
acertei em cair
onde a seguir
cai terra a direito
e receitas de entulho que me possam entupir vias decorações '


mas que venha de -uma só- vez

não pode esticar mais tempo para pensar
que sei de nada e

hei-de compreender
o direito de morrer

e cavar na cal
o fosso noutro lugar
e esconder sem ar
o corpo doutro lugar
e tentar ocultar a face do mal-estar
e habituar o corpo a hibernar.

os monstros só têm espaço para ser monstros.
os monstros vão ser sempre só monstros.
e os monstros vão sempre sofrer monstruosamente.



mãos pretas,

coração apagado.


o que te dói a ti, doi-me a mim a dobrar.



terça-feira, 6 de janeiro de 2009

sou produto clandestino

in praise of silence
.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Síndrome do Gémeo Desaparecido;

ou
envelope do próprio k3

toca uma vez.
não morrer pela segunda.


quantas almas trazes tu penduradas ao pescoço.



sábado, 3 de janeiro de 2009

aspiração


«bichitos piquenitos

era como dizia o outro,
o teu primo que se atirou para a ribeira.»


terra lhe seja leve.

e que eles não morem debaixo da minha cama

.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

i want my new toys!



adeus antes,

agora a conversa é só connosco, mwahaha!

(yay!)