sábado, 27 de dezembro de 2008

in CARDÁPIO





Ao fulgor dos sentidos em escritas anti-descritas, palpitas,

ó manipuladora das vistas.


Enfeitas em contradição o argumento, já delirante,

na parte traseira dos olhos;

METAfórica ordinária,

que METAmorfoseias onomatopeias ilustradas em ideias baralhadas.

Respiras sorrateira por trás de mim,- moinhoindustrialcinzento-,

e fazes o peixe respirar fora de água, enquanto a criançapercepção,

ó abençoadacarne, se me afunda.

Nesse nosso, agora, desconcreto flutuante.


Não tens nada e tudo. Não sabes o que dizes, mas dizes.

Não são intrigas em saldos, são caldos!


Vieste para jogar com a tua generalidade, mas só há subjectividade.

Ris-te na tua sapientia, de mim, já erectus em penetração funda.


E na impossibilidade de te comer os volumes bidimensionais,

apanho boleia

na superficie esponjosa onde te deitaste e me seduziste, e me fizeste vir.


Fazes-me vir.

Fazes-me ver.

Fazes-me vir pelas formas com que tenho de engolir o que vejo duas vezes.

Pela forma como és a sombra unificante ; insólitamente estimulante

do que tinha nas mãos.

Como nos juntas aos dois, ó dualidade, num só.


Fazemo-la viver.


Aqui está o teu oxigénio.

Vai, vai reflectir-te noutra sombra.



Conversa entre o cérebro que viu, e o cérebro que leu.


A sua benção, Pai Duchamp

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