quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
quinta-feira, 11 de junho de 2009
síncope aos géneros
«(...)perdeu o sangue todo pelo caminho.
têm todos tanto talento, que eu nem consigo morrer
bêbeda de um vinho que se tinha tornado sangue
delírio da perversa bestialidade.
inclinar a cabeça como um passarinho,
e morrer.»
o pano devia cair depois da morte.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
de Desinência
era uma bola saltitante em forma de rosa.
quis falar da canção que fazia das suas bocas,
e decidiu fintar o chão a cair.
mas num som só falou, e o tecto de si não mais se aproximou.
de tão tristes eram as suas canções,
que para um vácuo disfarçado de negro se sugou,
e desde então não se deixou ver.
como na inversão dos tempos,
em que a semente brotada - aterrada com isto de ser -
se volta a enterrar na camada mais funda de terra que puder.
quando duas rosas negras
vivem à superfície dum redondo oposto simétrico
separaram-se do seu caule ao mesmo tempo
e permanecem no seu posto,
ligadas por um fio de telefone intra-terreno.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
sábado, 21 de março de 2009
alive is very poetic
To the outside,
the dead leaves, they all blow
Before they died,
had trees to hang their hope.
At every occasion
i'll be ready for a funeral
At every occasion once more,
is called a funeral
At every occasion
one brilliant day of rebirth.
domingo, 15 de março de 2009
malicious-delicious
so don't give me respect
don't give me a piece of your preciousness.
flaunt all she's got in our old neighbourhood
i'm sure she'll make a few...friends
even the rain bows down
let us pray as you cock-cock-cock your mane
no cigarettes only peeled Havanas for you
i can be cruel
i don't know why
why can't my ba.ll.oo.n stay up
in a perfectly windy sky
i can be cruel
i don't know why
dance with the Sufis
celebrate your top ten in the charts of pain
lover brother bogenvilla
my vine twists around your need
even the rain is sharp
like today as you sh-sh-shock me sane
i don't know why.
sexta-feira, 6 de março de 2009
nós ossos qve aqvi estamos
...pelos vossos esperamos.
As caveiras descarnadas,
São a minha companhia
Trago-as de noite e de dia
Na memória retratadas;
Muitas foram respeitadas
No mundo, por seus talentos,
E outros vãos ornamentos
Que serviram à vaidade,
E talvez...na Eternidade
Sejam causa dos seus tormentos.
Aonde vais, caminhante, acelerado?
Pára...não prossigas mais avante;
Negócio, não terás mais importante
Do que este, à tua vista apresentado.
Recorda quantos desta vida têm passado
Reflecte em que terás fim semelhante!
Que para meditar, causa é bastante
Terem todos mais nisto pensado.
Pondera que influído dessa sorte
Entre negociações do mundo tantas
Tão pouco consideras na da morte;
Porém, se os olhos aqui levantas
Pára... porque em negócio deste porte,
Quanto mais tu parares, mais adiantas.
in Capela dos Ossos, Évora
para os de corpo já pesado da transparência,
que ponham mão à prudência de viver .
sábado, 21 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
sábado, 7 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
exorcício
contei-as todas;
eu nos meus pés.
e deixei de sentir a chuva
mas sentia cada pedra que me pisava.
já não há medo de adormecer dentro de um corpo que não sangra.
porque o sangue escorre parede afora,
a dançar os contornos da moldura com um cheiro vazio
presa naquele fio de cabelo,
preto esquecido,
até desaguar à lágrima na tua mão.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
1:11
sibila,
da tão vaga putrefacção não acodida
num sopro possante
o moribundo latejar
encaminha os cortejos carnais;
consome-se
quando se quer deixar penetrar
nos prazeres funebres cegos dos gritos;
finta-se
à abismal passagem - peso morto ronda-te a espinha;
como não vês? - onde tens os pés.
arranha as paredes por dentro;
és o pseudónimo de Dúbio Amante.
Sonhado pelo passado que esticou a hora
para marcar o chão até onde sofreu.
Meu ...
(vinca carne da boca,vives um deleite singular)
.
é como o som para a morte.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
o Homem que abriu os olhos no escuro
hoje,
quando passei na rua que desmembra infinitos,
a luz que se costuma acender em segredo das nossas línguas,
apagou-se,
só para eu passar.
porque chego sempre quando já tudo se foi
com vida própria '
são dedos e não sabem que estão a derreter
de desorientados enfiarem-se goela abaixo
à procura de amputar a besta que desmembra infinitos segredos
besta '
bate surda por baixo da terra.
e se parece que vou a cair para a frente,
não saí do mesmo lugar.
in,
página de rosto vazia.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
sábado, 17 de janeiro de 2009
em respiração holotrópica
as ruas de lisboa estagnaram no cheiro a morte ;
mas o meu quarto*, ainda cheira a ti.
e há os teus cabelos que brotaram do lado de dentro do meu peito
que me impedem a cada ar de te esquecer.
*que somos outra pele na mesma fé.
domingo, 11 de janeiro de 2009
flesh machine
O meu lado esquerdo
é mais forte do que o outro
é o lado da intuição
É o lado onde mora o coração
O meu lado esquerdo
Oriente do meu instinto
É o lado que me guia no escuro
É o lado com que eu choro e com que eu sinto
O meu lado esquerdo não sabe o que é a razão
É ele que me faz sonhar
É ele que tantas vezes diz não
O meu lado esquerdo é um altar paralelo
colheita do que já nasceu podre
No meu lado mutante mora um ser externo, com vida própria
O meu lado esquerdo range em cada palavra que dá,
em cada vez que me tenta empurrar mais de mim enquanto eu fico a ver.
No meu lado esquerdo aconchega-se tudo o que é da minha mente.
O MEU LADO ESQUERDO SÓ ME F*D&!
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
de mãos geladas
de sempre tropeçar nos próprios pés
- dos passos com uma perna atrás da outra -,
acertei em cair
onde a seguir
cai terra a direito
e receitas de entulho que me possam entupir vias decorações '
mas que venha de -uma só- vez
não pode esticar mais tempo para pensar
que sei de nada e
hei-de compreender
o direito de morrer
e cavar na cal
o fosso noutro lugar
e esconder sem ar
o corpo doutro lugar
e tentar ocultar a face do mal-estar
e habituar o corpo a hibernar.
os monstros só têm espaço para ser monstros.
os monstros vão ser sempre só monstros.
e os monstros vão sempre sofrer monstruosamente.
mãos pretas,
coração apagado.
o que te dói a ti, doi-me a mim a dobrar.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
domingo, 4 de janeiro de 2009
Síndrome do Gémeo Desaparecido;
envelope do próprio k3
toca uma vez.
não morrer pela segunda.
quantas almas trazes tu penduradas ao pescoço.
sábado, 3 de janeiro de 2009
aspiração
«bichitos piquenitos
era como dizia o outro,
o teu primo que se atirou para a ribeira.»
terra lhe seja leve.
e que eles não morem debaixo da minha cama
.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
dona Lisboa tem oito patas
spider-rat, spider-rat
she's a spider-rat!
muitas dentadinhas,
mas com doçura!
baby peam in shadowphane #1
seja bem-vinda qualquer dorzinha de garganta (daquelas com bolinhas de expectoração agarradas e tudo)
de ti, <110
(...)
de mim, <15
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
introdução ao voo do pássaro Benu #1
faça lá o obséquio de não me partir os ossinhos todos da paciência.
sem mais de momento,
sempre com o coração nas mãos.
escreve-me; eu oiço
acho que não'
sei
ainda não te consegui ouvir,
falas numa língua estranha.
não falamos a mesma língua.
mas oiço-te,
fala-me.
acho que algo te há-de ouvir.
ou não estaríamos aqui
e eu à tua espera,
quando já te ouvi vezes demais.
de que pele és tu moldado?
coisa código imperfeito.
achas que conseguimos falar assim?
eu digo-te
que
há passos dentro de um bolso
a quererem ouvir o mesmo trautear dos teus
para te falarem
da'em língua oblíqua
e quando se-te encontrares com eles,
{ *}
voltamos atrás no tempodeforadobolso
só para ler
que os nossos passos sempre foram em linha torta
,
mas fala,
eu gosto da tua voz.
sábado, 27 de dezembro de 2008
after that coffee. we will
Café. Com café
num terra-a-terra.
Afinal, quem é vocé?
Amarro e quebra o chão
nos próprios pés
Defuntos,
são a mão.
Não/ sente e queda,
em dois / andares, eu te-me calo
Soluços.
Aguenta-te, respiração.
» ímpar » par » ímpar
in CARDÁPIO
Ao fulgor dos sentidos em escritas anti-descritas, palpitas,
ó manipuladora das vistas.
Enfeitas em contradição o argumento, já delirante,
na parte traseira dos olhos;
METAfórica ordinária,
que METAmorfoseias onomatopeias ilustradas em ideias baralhadas.
Respiras sorrateira por trás de mim,- moinhoindustrialcinzento-,
e fazes o peixe respirar fora de água, enquanto a criançapercepção,
ó abençoadacarne, se me afunda.
Nesse nosso, agora, desconcreto flutuante.
Não tens nada e tudo. Não sabes o que dizes, mas dizes.
Não são intrigas em saldos, são caldos!
Vieste para jogar com a tua generalidade, mas só há subjectividade.
Ris-te na tua sapientia, de mim, já erectus em penetração funda.
E na impossibilidade de te comer os volumes bidimensionais,
apanho boleia
na superficie esponjosa onde te deitaste e me seduziste, e me fizeste vir.
Fazes-me vir.
Fazes-me ver.
Fazes-me vir pelas formas com que tenho de engolir o que vejo duas vezes.
Pela forma como és a sombra unificante ; insólitamente estimulante
do que tinha nas mãos.
Como nos juntas aos dois, ó dualidade, num só.
Fazemo-la viver.
Aqui está o teu oxigénio.
Vai, vai reflectir-te noutra sombra.
Conversa entre o cérebro que viu, e o cérebro que leu.
A sua benção, Pai Duchamp